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Inaugurado o 1º Fórum de Engenharia do Trabalho

Espaço de estudos e debates foi criado com o objetivo de inserir temas voltados à saúde e segurança do trabalho, ergonomia e prevenção às grades curriculares dos cursos de Engenharia

Campinas - Na tarde dessa quinta-feira (6/8) foi oficialmente inaugurado o 1º Fórum de Engenharia do Trabalho, uma iniciativa do Ministério Público do Trabalho (MPT) em parceria com o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) de Piracicaba, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) e Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

O espaço possibilitará estudos e debates de temas relativos à inserção de disciplinas e conteúdos voltados à Engenharia do Trabalho (saúde e segurança do trabalho, ergonomia e projeto do trabalho) nas grades curriculares dos cursos de graduação em Engenharia, conferindo uma formação mais humanística aos engenheiros, bem como oportunizando a consolidação de uma rede de articulação voltada ao tema, incluindo professores, coordenadores de cursos, pesquisadores, estudantes e outros públicos.

“Com o Fórum de Engenharia do Trabalho se pretende abrir um espaço interdisciplinar no qual se aperfeiçoem conhecimentos que possam ser integrados à formação dos engenheiros nos diversos cursos de Engenharia, e que essa integração do tema da prevenção passe a ser orgânica na formação do profissional em todas as etapas do processo produtivo, desde o planejamento, passando pela organização, até a execução, e que isso passe a ser algo que esteja inserido, introjetado, naturalizado no exercício dessas atividades em quaisquer áreas da Engenharia”, explica o procurador Silvio Beltramelli Neto, um dos realizadores da iniciativa.

O Fórum faz parte de uma série de providências adotadas no âmbito de um procedimento promocional (PROMO) instaurado pelo MPT na região de Campinas (SP), que tem como objeto a promoção da segurança no trabalho em altura de forma ampla e difusa. A partir da discussão de alternativas para fomentar a prevenção nos ambientes laborais, a partir de encontros com profissionais e pesquisadores, veio a ideia de conjugar esforços voltados à educação dos futuros engenheiros que, uma vez inseridos no mercado de trabalho, serão agentes decisivos para a implementação de políticas de prevenção de doenças e acidentes de trabalho.

“Para nós, profissionais que atuam na linha de frente na área de saúde e segurança do trabalho, o campo da Engenharia é transformador, e as mudanças vêm, necessariamente, por aqueles que verdadeiramente “põem a mão na massa”, desenvolvendo softwares e aplicativos, planejando a instalação de ponte e viadutos, e muitas outras áreas. Em todas as nossas atividades de campo, a Engenharia está presente”, afirma Alessandro Nunes da Silva, do CEREST Piracicaba.

O evento online, que foi transmitido ao vivo pelas redes sociais, teve início com a palestra do professor Daniel Braatz, da UFSCAR, que falou sobre o conceito de uma nova Engenharia do Trabalho. Segundo ele, a Engenharia considera, em uma de suas subáreas, a Engenharia do Trabalho e as ciências do trabalho como partes integrantes dos cursos de Engenharia, mas não se relacionam com outras áreas do conhecimento. Ele propõe que a segurança do trabalho deve ser introduzida mais fortemente, em um contexto histórico, colocando o trabalho como elemento fundamental e estruturante da sociedade. “Nós propomos que a Engenharia quebre uma barreira histórica e comece a se interessar pela saúde do trabalhador, uma vez que ela traz para si a ideia de que o projeto é uma atividade de concepção, de criação ou engenhosidade. Ora, os trabalhadores, pela importância que possuem, não podem ser variáveis de ajuste, mas variáveis de ação. Os projetos não podem aceitar que esses atores sejam elementos menos prioritários. Temos convicção que essa proposta se alinha à novas propostas dos cursos de Engenharia, que buscam que o engenheiro tenha perspectivas multidisciplinares e visão mais humanística”, explica.


Permanecendo no tema das novas grades curriculares e o seu impacto para o ensino nas Engenharias, o docente Luis Felipe Silva, da UNIFEI, teceu críticas à forma de ensino tecnicista oferecido pelas Universidades e Faculdades do país, inclusive as públicas, fundamentalmente inclinada aos interesses industriais, ignorando as demandas sociais. Contudo, o pesquisador vê com bons olhos a proposta apresentada pelo MEC, no ano passado, para a reforma curricular.


“Houve um avanço importante na confecção das diretrizes curriculares nacionais do ensino de Engenharia. É uma carta que propõe algumas habilidades e competências, de certo modo estabelecem um desenho ou contornam um profissional importante no projeto de desenvolvimento nacional, que tem aplicação social expressiva”, pontua.


Em seguida, o professor da UNIFEI, Raoni Rocha, apresentou com detalhes o livro intitulado “Engenharia, Saúde, Segurança, Ergonomia e Projeto”, que está sendo confeccionado para auxiliar professores e coordenadores de cursos de Engenharia na construção de disciplinas e conteúdos voltados à saúde e segurança do trabalho. O material, elaborado por 51 autores, terá 21 capítulos e está em fase de conclusão, com a possibilidade de lançamento até o final de 2020.


Este material será de distribuição gratuita e voltado também para graduandos de Engenharia, que fará uma interação com atividades práticas e conteúdo dinâmico a serem disponibilizados em uma página na internet, que já se encontra em desenvolvimento.


“O objetivo do livro é possibilitar que as ciências do trabalho possam tomar um lugar mais importante nos cursos universitários voltados à formação de engenheiros, devido à demanda social que nos obriga a incorporar esses elementos na formação pedagógica no Brasil. A obra tem potencial para contribuir na reformulação da grade curricular, no ensino de conteúdos de ciências do trabalho e contribuir na reflexão e discussão da Engenharia do Trabalho enquanto área de conhecimento”, aponta o acadêmico.


A professora da UNICAMP Sandra Gemma concluiu as exposições, falando um pouco mais sobre os objetivos do Fórum, com ênfase no protagonismo dos estudantes de Engenharia nas discussões e na formação dos currículos, e em como o Fórum pode ajudar na criação de uma cultura prevencionista e de uma consciência de que a tecnologia não é um fim em si próprio, como muitos jovens a veem hoje, mas um meio, e que ela pode e deve ser utilizada em benefício do ser humano. Este sim, deve estar no centro de tudo nos ambientes produtivos.


“A natureza desse Fórum é permear a interação e a construção do conhecimento, não só em linhas de atuação, metodologias, etc, mas também das práticas de formação e de transformação da Engenharia de maneira mais ampla, e que essa formação possa integrar as ciências do trabalho, associando os conhecimentos da própria Engenharia. Serão encontros periódicos, trabalhando por temas de interesse, com uma dinâmica participativa. O debate é muito importante para a construção desse espaço coletivo de troca. Não temos receita pronta”, concluiu.


Depois de um debate entre os expositores, que contou com a interação do público, o evento foi encerrado, com a proposta da construção de uma agenda para os próximos encontros. “Na medida em que há uma visão ampla do que seja prevenção e proteção da saúde no trabalho, que leve a uma não dissociação do que é trabalho e o que é saúde e vida, na medida em que isso fica introjetado no profissional de qualquer área da Engenharia, toda e qualquer execução elaborada nas suas atividades vai trazer consigo, organicamente, a consideração disso. Através da educação, se pretende implantar a cultura da prevenção em todas as execuções desses profissionais, e isso naturalmente vai criar ambientes e processos mais seguros e, por consequência, haverá menos acidentes e adoecimentos”, finaliza Silvio Beltramelli Neto, do MPT.

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