• denuncias
  • peticionamento
  • protocolo
  • Mediação
  • mov procedimentos
  • autenticidade de documentos
  • lgpd
  • administracao publica
  • fraudes trabalhistas
  • liberdade sindical
  • meio ambiente
  • promocao igualdade
  • trabalho escravo
  • trabalho infantil
  • trabalho portuario
  • Não categorizado
  • Audiência conscientiza sobre bom uso de sistemas de climatização em ambientes fechados para prevenção da Covid-19

  • Convenio estagio abril 2024
  • banner-calendario
  • Banner Nupia
  • Banner mudanca telefones PRT15
  • Banner Alerta Fraude
  • Chamamento cadastro entidades
  • Banner Escala de Plantao
  • Certidao Negativa

Audiência conscientiza sobre bom uso de sistemas de climatização em ambientes fechados para prevenção da Covid-19

MPT e CEREST Piracicaba se reuniram com 170 representantes de bancos e supermercados e especialistas na área de saúde e tratamento do ar, com o objetivo de capacitar para a proteção coletiva de trabalhadores e consumidores

Campinas - O Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) de Piracicaba realizaram na manhã dessa quinta-feira (12/11), em ambiente virtual, uma audiência pública com representantes de bancos e supermercados para debater os riscos de contágio da Covid-19 em ambientes fechados. O encontro, que contou com a participação de cerca de 170 pessoas, foi uma oportunidade de capacitar os gestores sobre boas práticas no uso de equipamentos de climatização, a fim de evitar a presença do coronavírus no ar, protegendo trabalhadores e consumidores de possível contaminação.

 “A ciência nos mostra que os equipamentos de ar condicionado podem ser potenciais propagadores de doenças caso não passem por um processo adequado de instalação e manutenção. A partir de informações preliminares passadas por empresas dos segmentos bancário e supermercadista, consideramos importante realizar um encontro em um ambiente de capacitação, com a presença de pessoas com expertise no assunto, para ouvir recomendações de como lidar melhor com essa questão nos ambientes de trabalho”, afirmou o procurador Silvio Beltramelli Neto.

O médico pneumologista Ubiratan de Paula Santos, da Divisão de Pneumologia do Instituto do Coração (InCor) – HCFMUSP, fez uma exposição sobre a importância da qualidade do ar em tempo de pandemia, com ênfase em ambientes fechados, e deu o alerta: em ambientes fechados e pouco ventilados, as micropartículas (aerossóis) contendo carga viral ficam suspensas no ar por mais tempo, até 5 minutos, ao passo que em ambientes ventilados, a média é que haja a dissipação no prazo máximo de 30 segundos. “As microgotículas expelidas através da fala têm uma dimensão menor que aquelas presentes na tosse ou no espirro, abaixo de um micrometro. Elas ficam suspensas por mais tempo no ar e geram mais agressão, pois vão ao fundo do pulmão. Quanto menor a partícula, menor é a capacidade de proteção das células de defesa”, explicou.

Ele chamou atenção para a importância de se manter a umidade relativa do ar em ambientes fechados e climatizados. “Quanto menor a umidade relativa do ar e mais baixa a temperatura, maior o risco de infecção. É fundamental em ambientes internos que se tenha uma umidade acima de 60%”, disse. Baseando-se em estudos internacionais, o médico apontou que é necessária boa ventilação para compensar os baixos níveis de umidade propiciados pelos equipamentos de climatização vendidos no mercado.

A boa conservação da qualidade do ar nos ambientes envolve, também, o tratamento da poluição. Segundo Ubiratan, os ambientes internos com elevada concentração de matéria particulada (poluição) facilitam o acometimento de infecções respiratórias, inclusive por meio viral. Por isso se faz necessária boa ventilação em ambientes localizados em grandes vias urbanas. “Os estudos mostram que a poluição contribui para a mortalidade por Covid-19. Cerca de 8% de toda a mortalidade global pela doença esteve associada a uma combinação da presença do vírus com a poluição. Por isso a importância de os ambientes internos terem um controle da poluição”.

Finalizando sua exposição, Ubiratan comprovou, por meio de estudos científicos, a eficácia do uso da máscara para barrar a respiração de micropartículas menores que 5 micrometros, mas exaltou, em especial, a adoção de medidas coletivas pelas empresas. “Toda medida que depende da conduta individual tem limites. Por isso, o controle dos ambientes é fundamental. As medidas coletivas sempre são mais eficazes e geram mudança de comportamento”, finalizou.

O engenheiro mecânico Edemilson Carlos Trevisan, especialista em microbiologia, conforto térmico e qualidade do ar interior, indicou boas práticas para o uso de aparelhos de ar condicionado para minimizar ou até neutralizar a presença do vírus suspensa nos ambientes fechados com base na portaria nº 3523/98, que trata das questões relativas à qualidade do ar interior. “As partículas de tamanho grande, numa distância pequena, acabam precipitando, ficam retidas nas máscaras e nos tratos respiratórios superiores, mas o importante são as partículas menores. Os aerossóis que nos preocupam”, observou.

Com base nisso, o engenheiro deu algumas importantes recomendações aos presentes. “O sistema de tratamento do ar deve possibilitar trazer o ar limpo de fora, fazer o tratamento, umidificar o sistema em caso de baixa umidade, assim como tirar o excesso de umidade quando necessário, além de mudar a temperatura do ar e distribui-lo de forma adequada. No mesmo ambiente, o ideal seria manter um sistema de exaustão e um regenerador de calor, trabalhando a qualidade de ar que está sendo servido ao usuário, removendo o excesso de contaminantes do ar. É possível, inclusive, adotar um sistema de exaustão separado”, explicou.

O tratamento dos aerossóis é uma grande preocupação nos ambientes fechados, em que há a presença constante de pessoas. Todos os dias, respiramos cerca de 10 mil litros de ar e estamos sujeitos a respirar carga viral, bacteriana e todo tipo de poluentes. Para isso, o engenheiro recomenda que as empresas se preocupem em eliminar os chamados “patógenos” (agentes causadores de doenças) que estão no ar interno. “Isso é possível através da exaustão localizada e um bom retorno para melhorar a captação do ar e a diluição em todo o ambiente. Em outro ponto do ambiente é possível retirar o ar mais contaminado do interior. Temos que dotar nossos sistemas de controles que façam a leitura de temperatura, de umidade, de concentração de gás carbônico e monitorar durante todo o tempo da operação”.

Uma equipe treinada, que saiba operar e fazer a manutenção correta do sistema de ventilação e climatização (trazendo mais segurança e menos gastos com energia elétrica), além do uso de filtros e equipamentos de proteção também são fatores importantes para manter a saúde coletiva, segundo o engenheiro.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece a transmissão da Covid-19 por aerossóis, especialmente em locais em que não há uma ventilação adequada.

A audiência foi finalizada com debates mediados pelos representes do CEREST Estadual e Piracicaba, respectivamente, Simone Alves dos Santos e Alessandro José Nunes da Silva. “Esperamos com esse evento aprimorar o conhecimento e mantê-lo ao longo do tempo. Já temos iniciativas para replicar o modelo junto aos setores hospitalar e de inovações tecnológicas”, adiantou Alessandro.

Imprimir

  • banner pcdlegal
  • banner abnt
  • banner corrupcao
  • banner mptambiental
  • banner transparencia
  • banner radio
  • banner trabalholegal
  • Portal de Direitos Coletivos