Oficina do MPT na Escola é ministrada em Campinas

mpinas – Nessa quinta-feira (06), o Ministério Público do Trabalho ministrou em Campinas a oficina de formação para educadores do projeto “MPT na Escola”, com a participação de representantes dos órgãos de ensino dos municípios de Americana, Atibaia, Indaiatuba, Limeira, Mogi Guaçu, Santa Bárbara D´Oeste e Sumaré.

O encontro possibilitou a capacitação de multiplicadores responsáveis por levar o tema trabalho infantil para ser debatido dentro das salas de aula, de forma a combatê-lo. Os representantes dos sete municípios que aderiram ao projeto receberam material didático e orientações para desenvolver a temática nas escolas municipais e comunidades em seu entorno.

Segundo a procuradora Luana Lima Duarte Vieira Leal, um dos principais objetivos do programa é reduzir a evasão escolar ocasionada pelo trabalho em idade precoce, além de preservar a saúde física, mental e social das crianças e jovens submetidos ao labor.

A servidora da Secretaria de Assistência Social e uma das responsáveis pelo Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) de Campinas, Maria Angélica Bossolani, abriu o evento ministrando palestra conceituando o trabalho infantil, seus malefícios e o dano social causado pela prática, bem como os dispositivos previstos no ECA e Constituição Federal, e também discorreu sobre os mitos da sociedade que dão um caráter permissivo ao trabalho de crianças e adolescentes.   

O assessor de comunicação do MPT-Campinas, Marcelo Lima, expôs aos presentes os objetivos e resultados da campanha nacional #ChegaDeTrabalhoInfantil, apresentando o site temático, os vídeos e as redes sociais dedicadas, conclamando os educadores a participar da campanha e disseminar a mensagem nas escolas.   

Depois disso, a procuradora Luana apresentou aos educadores o material didático voltado aos alunos do projeto MPT na Escola, e quais as formas que ele pode ser utilizado em sala de aula. As cartilhas possuem conteúdo rico e bastante orientativo, e possibilitam a utilização de um método dinâmico de aprendizagem, por meio de histórias em quadrinhos e atividades em grupo.

Durante a capacitação, os coordenadores de cada município puderam experimentar na prática, em oficinas pedagógicas, o método de ensino oferecido pela cartilha “Brincar, estudar, viver...trabalhar só quando crescer”. O material busca a conscientização sobre os malefícios e mitos do trabalho infantil, romper barreiras culturais de permissividade, capacitar e sensibilizar sobre os direitos da criança e divulgar o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

A partir do segundo semestre, os educadores poderão executar nas escolas as atividades previstas no programa, inclusive com a possibilidade de concorrer com os trabalhos dos estudantes ao Prêmio MPT na Escola.   

Números - O estado de São Paulo é o mais rico e desenvolvido da Federação em termos socioeconômicos, mas mesmo assim, é palco frequente do trabalho infantil. De acordo com o último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de cada dez crianças e adolescentes entre 10 e 17 anos, um trabalha. A situação não se restringe a uma determinada região ou atividade. O trabalho irregular de menores de 18 anos é uma dura realidade no contexto paulista. Ainda segundo o estudo do IBGE, na faixa dos 10 aos 13 anos, cerca de 70 mil crianças trabalham em São Paulo. 

Imprimir