Documentário “Varredeiras”, produzido com verba destinada pelo MPT, é lançado oficialmente

Obra audiovisual, fruto de uma pesquisa conduzida pela Faculdade de Saúde Pública da USP, tem o objetivo de conscientizar sobre a importância dos profissionais de varrição de rua

Campinas - O documentário “Varredeiras”, viabilizado a partir de verbas trabalhistas destinadas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), foi oficialmente lançado durante encontro do Fórum Acidentes de Trabalho. A obra audiovisual, realizada pela Associação de Saúde Ambiental e Sustentabilidade (ASAS), com o apoio da Faculdade de Saúde Pública da USP (FSP/USP) e do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) de Piracicaba, retrata o dia a dia e os desafios das profissionais de varrição de rua em uma grande cidade paulista. Clique aqui para assistir.

O documentário é fruto de uma iniciativa de pesquisa multi-instititucional, que contou com a participação de pesquisadores e parceiros da FSP/USP, que identificaram a necessidade de trazer ao público a vivência e o cotidiano das varredeiras por meio de um documentário. O filme tem a direção de Beto Novaes e Fernando Mamari.

“O documentário ajuda as pessoas a encontrarem o seu papel na sociedade, trazendo a compreensão do valor do trabalho das varredeiras e despertando uma forma de tratamento mais digno para com elas. Essa é uma semente que está sendo plantada com esta obra”, afirmou Renata Sinficato, do SIEMACO Piracicaba.

Segundo os seus realizadores, o documentário será usado em ações educativas promovidas pelo CEREST Piracicaba para sensibilizar a população, especialmente em atividades escolares sobre a importância do trabalho das varredeiras e da cooperação dos moradores com essas profissionais.

Extensão universitária – O diretor do documentário, o docente Beto Novaes, da UFRJ, coordena há 40 anos um projeto naquela universidade, que transforma a linguagem acadêmica em linguagem visual, resultando em iniciativas de extensão universitária. Beto já possui em seu currículo uma série de outros documentários, retratando diferentes atividades laborais em seus contextos particulares.

Para ele, é “praticamente impossível” transmitir à sociedade o que está sendo produzido dentro da academia sem que se pense em extensão nas universidades. “Deve-se buscar um ator dentro do documentário, e esse ator são as trabalhadoras que geralmente não têm voz. E aí eu atribuo uma competência à equipe técnica que fez a pesquisa. Quando chegamos no projeto havia um grau de confiança grande das trabalhadoras. Essa não é uma construção que aparece do dia para a noite, mas é decorrente de todo um processo de trabalho anterior que também não tem visibilidade. Para mim, a questão não é o produto, mas o que vem antes desse produto. Estou muito realizado, pois juntou-se rigor acadêmico com a mudança de perspectiva ao possibilitar às trabalhadoras que pudessem se expressar”, explicou.

Participaram do evento de lançamento a procuradora Luana Lima Duarte, representes do CEREST Piracicaba, da ASAS e da empresa Piracicaba Ambiental, além de trabalhadoras que contribuíram para o documentário. Clique aqui para assistir o evento de lançamento.

Destinação – A destinação do valor de R$30.509,00 em benefício da ASAS é decorrente de uma ação de execução ajuizada pelo MPT contra a empresa Construban Logística Ambiental Ltda., em decorrência do descumprimento de um TAC. A verba foi destinada pela procuradora Carolina De Prá Camporez Buarque.

Processo nº 0011208-22.2017.5.15.0105

 

 

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