Amil propõe salvaguardas aos dispensados do Madre Theodora

Audiência de mediação no MPT deu início a um possível acordo entre a mantenedora dos hospitais Madre Theodora e os 184 trabalhadores dispensados em Campinas e Sumaré

Campinas - Em audiência realizada na tarde dessa terça-feira (29), na sede do Ministério Público do Trabalho em Campinas, representantes da Amil Assistência Médica Internacional Ltda. propuseram um acordo ao Sindicato dos Profissionais de Saúde (Sinsaúde) para dar salvaguardas aos trabalhadores que não aderiram ao Plano de Demissão Voluntária (PDV) dos hospitais Madre Theodora, unidades de Campinas e Sumaré, mas ainda assim foram dispensados do emprego. A entidade sindical fez contraproposta, que deve ser analisada pela empresa até o próximo dia 2 de outubro, sexta-feira.  

A Amil propôs o pagamento de um salário no prazo de 30 dias, além do pagamento de cesta básica em espécie pelo prazo de 90 dias, custeio de capacitação junto ao ISI (Instituto de Saúde Integrada), gerenciado pelo sindicato – o financiamento do curso escolhido será equivalente a 30% do último salário do trabalhador -, e a contratação de empresa para a recolocação dos ex-empregados, em especial os que atuam na área administrativa.  Todas essas obrigações são voltadas àqueles demitidos que não integram o PDV. Por fim, a empresa propôs a manutenção de convênio médico por quatro meses (obrigação esta que engloba todos os dispensados, inclusive aqueles que integram o PDV).

O Sinsaúde fez contraproposta relativa ao pagamento de mais dois salários no prazo de 90 dias, ao invés do pagamento de apenas um no prazo de 30. A Amil responderá até a próxima sexta-feira, 2 de outubro, se concorda ou não com a propositura do sindicato, durante reunião que acontece na sede do Sinsaúde em Campinas, às 14 horas.

Por fim, a Amil informou que não há possibilidades de reintegração dos demitidos e que as pessoas que tenham interesse de sair e não foram dispensadas na primeira lista, serão na segunda. Caberá ao sindicato identifica-las, “desde que haja garantia de emprego em vigor”.

Histórico - Após a Amil adquirir a rede de hospitais Madre Theodora foi aberto um PDV, no qual aderiram 14 trabalhadores na unidade de Sumaré e 45 na unidade de Campinas. No total, foram dispensados 184 pessoas, sendo 104 de Sumaré e 80 de Campinas (funcionários do setores médico e administrativo, à exceção do pronto atendimento). O Sinsaúde denunciou o caso ao MPT, que atuou como mediador da questão, sob a justificativa de que “faltou transparência em relação aos critérios de dispensa”, o que causou “dúvidas e indignação” entre os trabalhadores demitidos e um “clima de incerteza” naqueles que permanecem contratados. A audiência foi conduzida pelo procurador Silvio Beltramelli Neto.   

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