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Trabalhadores expostos ao amianto de 5 cidades da região de Piracicaba começam a receber atendimento de saúde

Objetivo é monitorar o avanço de doenças do trato respiratório, possibilitando o encaminhamento para centros especializados

Campinas - O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) de Piracicaba, em conjunto com o Programa de Saúde do Trabalhador de Capivari, deu início ao atendimento de trabalhadores e ex-trabalhadores da indústria do amianto, fibra mineral considerada cancerígena pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A iniciativa tem como finalidade fazer o monitoramento de saúde dessas pessoas, encaminhando os casos mais complexos aos centros especializados. No ano passado, uma conciliação firmada entre a empresa Brasilit, filial Capivari, e o Ministério Público do Trabalho (MPT) possibilitou a destinação de valores indenizatórios para o Programa de Monitoramento Regional de Doenças Respiratórias Relacionadas ao Trabalho no município de Piracicaba, que viabilizou o acesso dos trabalhadores da indústria do amianto, residentes em Capivari, Elias Fausto, Piracicaba, Rafard e Rio das Pedras, a exames diagnósticos.

Na última quarta-feira (18/11), o CEREST recebeu 17 trabalhadores que ficaram expostos por mais de 20 anos ao amianto. Eles passaram por avaliação clínica e deverão ser submetidos a exames por imagem. “Esse primeiro contato foi importante para a equipe de saúde, que teve a oportunidade de explicar o fluxo de monitoramento e assegurar a qualidade do atendimento. O objetivo é criar e manter um vínculo entre os profissionais e os trabalhadores para garantir o cuidado integral da saúde, possibilitando um conhecimento mútuo entre as partes e a criação de laços que facilitem a continuidade do tratamento e a cooperação mútua entre pacientes, famílias e comunidade. Essa é uma medida que pode evitar, inclusive, consultas e internações desnecessárias”, explica Alessandro José Nunes da Silva, do CEREST Piracicaba.

A partir da destinação do MPT, o CEREST Piracicaba está estruturando o serviço de busca ativa de pessoas que trabalharam na unidade fabril da Brasilit em Capivari e de outras empresas da região de Campinas, que utilizaram o amianto em seu processo produtivo, com o objetivo de identificar possíveis problemas de saúde nesses trabalhadores. O mais comum deles é a asbestose, uma formação de tecido cicatricial nas paredes pulmonares, provocada pela inalação do amianto, que “endurece” o pulmão e provoca redução considerável da capacidade respiratória, podendo levar à morte.

Desde os anos 70, a Brasilit mantém uma fábrica de fibrocimento no município de Capivari (SP). Até o ano de 2002, a empresa utilizou o amianto em seu processo fabril, tendo sido a primeira do país a bani-lo de seus produtos.

“Especialistas no assunto já afirmaram que o amianto pode ser considerado o principal agente ocupacional relacionado ao maior número de doenças e mortes pelo mundo. A exposição à substância pode causar inúmeros doenças, como asbestose, o mesotelioma da pleura, um tumor maligno, doenças pleurais, entre outras. Um dos fatores mais preocupantes se refere ao período de latência da doença, que pode demorar entre 30 e 40 anos para se manifestar no organismo humano. Por isso a necessidade de acompanhamento da saúde de pessoas que foram expostas ao amianto, mediante a realização de exames médicos periódicos, determinados pela legislação vigente, de novo, mesmo que essa exposição tenha ocorrido em épocas distantes”, explica a procuradora Alvamari Cassillo Tebet, do MPT Campinas.

A equipe do CEREST Piracicaba está sendo capacitada por profissionais da Divisão de Pneumologia do InCor-HCFMUSP para a realização de exames de espirometria, o que possibilitará a ampliação da linha de cuidados aos trabalhadores expostos ao amianto.

Protocolo estadual – Em junho de 2020, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo publicou no Diário Oficial uma Resolução da Diretoria do Centro de Vigilância Sanitária, que estabelece um protocolo de atendimento nas unidades públicas de saúde, em todo o território paulista, voltado aos trabalhadores expostos ao amianto. A medida, inédita no país, tem como objetivo direcionar o atendimento, diagnóstico e vigilância da exposição e das doenças relacionadas ao mineral considerado nocivo à saúde humana.

A partir da publicação da Resolução SS 70, todo os pontos da rede do Sistema Único de Saúde (SUS) no estado de São Paulo, dos serviços privados, dos serviços de saúde das empresas e dos serviços especializados em engenharia de segurança e em medicina do trabalho devem dar atenção integral à saúde dos trabalhadores e à população ambientalmente exposta ao amianto, incluindo os CERESTS e as redes de Vigilância em Saúde. Uma vez identificadas doenças relacionadas ao amianto, geralmente relacionadas com a perda da capacidade respiratória e problemas pleurais (como a asbestose, entre outras), caberá aos agentes de saúde do SUS ordenar os cuidados individuais e coletivos, além de proceder à comunicação dos casos às instâncias competentes. Os cuidados aos pacientes serão encabeçados pela Rede de Atenção Básica.

O protocolo contém medidas para assegurar aos trabalhadores os exames médicos ou exames de investigação biológica ou de outro tipo, durante ou depois do emprego, que sejam necessários para avaliar a exposição ao amianto e o estado de saúde relacionados aos riscos profissionais. Além disso, um fluxograma foi criado com o objetivo de ordenar o trabalho das instituições, criando fluxos de comunicação entre elas e a definição de pontos de atenção.

A Resolução também elenca os procedimentos para diagnóstico das doenças relacionadas ao amianto, a periodicidade da avaliação clínica, a conduta dos serviços de saúde após o diagnóstico e estabelece metodologias voltadas aos profissionais da saúde, além de indicadores para o monitoramento da implementação de ações de vigilância e atenção à saúde do trabalhadores e da população ambientalmente exposta, com o envolvimento de instituições como o MPT e Vigilâncias Sanitárias.

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